Em abril, o Grupo de Educação Popular (GEP), grupo autogestionário e libertário que com que tantas outras companheiras e companheiros independentes ajudamos a construir, acendeu a vela de 6 anos. Seis anos de lutas incansáveis. Aquelas e aqueles tantos, já dezenas, que junto ao GEP arrombaram as grades das universidades publicas sabem a sua importância e não idealizam a pedagogia, nem encurtam esta estrada. Quem voltou a estudar, começou a ler e compor seu mundo em palavras, sabe a potência transformadora desta iniciativa. Quem passou a rever a sua própria favela, sua historia, sua vida, sua cor, seu corpo, nos tantos debates de sala de aula, na luta comum com a comissões de moradores, nas cirandas, nas marchas de rua, nas assembleias populares, escreveram as letras deste grupo junto e falam e sempre falaram por si próprias, por si mesmos. Foi no Morro da Providência, onde há 6 anos começou esta história, que o grupo conheceu tantas pessoas que abriram e que fazem esta trajetória hoje. Mas o tempo corre e a luta cresce, e hoje a “casa” deste grupo é muito maior que a favela da providência, onde ele continua. Da greve da educação pública estadual de 2011 e do educar fora e dentro da escola nasceu o GEP Educação Pública, um dos personagens do “Outubro negro da educação” e da greve histórica de 2013 e que reúne diversas/os profissionais da educação das escolas do município e do Estado do Rio. E com toda esta força coletiva, o salto tinha que ser maior: nasce em 2013 o GEP UERJ ocupando reitoria, fechando rua com a Aldeia Maracanã, panfletando com as terceirizadas, com a mangueira, com xs cotistas. Também o GEP Chiquinha, de crianças e guerreiras, da batalha pela vida. E hoje, após seis anos, nasce o GEP na periferia de São Paulo, que já está preparando as aulas do seu pré-comunitário agora nas quebradas de São Paulo.
O grupo sabe que sempre há muito o que aprender, o que mudar, o que construir. Mas de uma coisa a história do GEP não abre mão: o grupo se construiu na luta do povo, da favela à escola pública, e só confiamos no seu tempo e na sua experiência para construir o mundo que queremos, que é o mundo sem capitalismo, sem classes e sem opressões. Não precisamos de parlamentares para isso. Pelo contrário, precisamos de ação direta, organização e compromisso com a vida.
6 anos de luta! Parabéns para o GEP!